Você já imaginou ter um experimento científico enviado ao espaço? Esse é o sonho de muitas crianças e adolescentes, mas para Pedro Enrique Manhães, aluno do 7º ano do ensino fundamental da Escola Adventista de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, essa se tornou uma experiência real. Ele é membro do Clube de Astronomia Louis Cruls e, com cinco colegas do clube, participou da iniciativa Cubes in Space (Cubos no Espaço, em tradução livre), projeto internacional apoiado pela National Aeronautics and Space Administration (Nasa), a agência espacial norte-americana.
O projeto Cubos no Espaço incentiva estudantes de 11 de 18 anos a projetarem experimentos para serem lançados ao espaço em um foguete e em balões científicos de pressão zero. Cerca de 80 trabalhos foram enviados ao espaço durante o último lançamento, que aconteceu no mês de maio, em uma nave espacial que partiu da ilha Wallops, no Estado de Virgínia, nos Estados Unidos.
Em cubos de acrílico, Pedro Enrique e Luís Gabriel Castilho, também membro do Clube de Astronomia, lançaram ao espaço sementes de alface e de caruru. Os jovens cientistas pretendem descobrir se a gravidade e a radiação provocam mutações nas sementes. Caso não ocorra, eles irão propor o plantio de sementes da mesma espécie durante as expedições espaciais, ampliando as opções de alimentos dos astronautas.
“O experimento também levou um dosímetro de radiação e um relógio de corda que medirá o tempo que o experimento ficará em microgravidade. Esperamos contribuir de alguma forma com esse experimento. Eu estou muito feliz pela oportunidade de participar e aprender”, afirma Pedro Enrique.
Thiago Carnielli, diretor da Escola Adventista de Campos, celebrou a experiência vivida pelo aluno. “É motivo de grande alegria e prestígio ver o Pedro cruzando o espaço através do seu experimento. Queremos continuar plantando essas sementes para que assim como aconteceu com ele, novos pequenos cientistas venham trazer esperança para o nosso planeta”, ressalta Carnielli.
Outro experimento enviado na mesma expedição foi um contendo amostras de carne salgada com arqueobactérias halofílicas, formas de vida unicelulares primitivas que vivem em ambiente hipersalinos, com o objetivo de submeter esses microorganismos à microgravidade e à radiação solar, visando a inclusão de carnes salgadas no cardápio alimentar de tripulantes de expedições e bases espaciais.
O grupo de adolescentes é o único a representar o Brasil na iniciativa internacional. Eles receberam o certificado de participação no projeto durante uma sessão solene na prefeitura da cidade. “É pela educação que podemos transformar a vida desses meninos. E isso se comprova não só através de um certificado, mas sim pelo envolvimento deles em um projeto como esse. É a educação ultrapassando as barreiras do espaço”, ressalta Rafael Diniz, prefeito de Campos dos Goytacazes.
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Por Laís Santana (Notícias Adventistas)